Uma pesquisa desenvolvida na Universidade Federal de Lavras (UFLA), em Minas Gerais, prevê o aproveitamento do resíduo da extração de mineração para a criação de tijolos e outros materiais para a construção civil.
Os resíduos, como terra, cimento e água são misturados dentro de uma prensa e formam blocos, telhas e pisos ecologicamente corretos. A alternativa aparece como uma possível solução para os rejeitos da mineração que se tornaram um problema após a tragédia do rompimento da Barragem de Fundão em Mariana (MG) em novembro de 2015.
Na época, 19 pessoas morreram e uma enxurrada de lama atingiu o Rio Doce, atingindo 40 cidades da região.
O resíduo mineral substitui parte do cimento utilizado na fabricação desses itens utilizados na construção civil e podem reduzir em até 30% o preço total do produto. Segundo os pesquisadores, a eficiência deles já foi comprovada e não há nenhum risco em utilizar os blocos feitos a partir dos restos da mineração.
“Ele é duplamente ecológico, primeira porque estamos utilizando um resíduo em substituição ao material que é mais caro. O outro ponto de vista de ser ecológico é com relação ao processo de queima, a gente não precisa realizar a queima desse tijolo como é visto no tijolo convencional”, disse o doutorando em engenharia de biomateriais, Alan Pereira Vilela.
Não é único
Ideia de reaproveitar esses resíduos ganhou força entre os pesquisadores depois da tragédia em Mariana, mas não ganhou escala industrial.
Uma parceria do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e o Laboratório de Geomateriais e Geotecnologia da Escola de Engenharia da UFMG, com o apoio da agência de publicidade Grey Brasil, está usando a lama de rejeitos da mineradora Samarco – que destruiu o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, Minas Gerais, em novembro de 2015 – para produzir tijolos. A ideia não serve apenas à limpeza da cidade, mas também a sua reconstrução e à geração de emprego e renda para uma parte dos moradores.
Veja o vídeo do projeto
Com informações da Agência Estado, UFLA e UFMG.