Tecnologias sustentáveis usadas no transporte da Suíça também são implementadas no país, mas dependem de mais apoio público e privado
Mais de 185 milhões de brasileiros utilizam transporte público por mês nas principais capitais do país. A frota de veículos particulares ultrapassou os 111 milhões e a malha rodoviária do Brasil compreende cerca de 1.720.909,0 km; no entanto, mais da metade das rodovias (66%) apresentam algum problema no estado geral.
Os dados são do Anuário da Confederação Nacional do Transporte (CNT), realizado em 2022, que consolidou informações do setor público e privado sobre o transporte no Brasil.
Os números trazem um panorama do caos vivenciado nas principais metrópoles do país: ônibus e trens lotados, engarrafamentos e estradas em situações precárias.
Somos o quinto maior país do mundo, com peculiaridades geográficas que tornam um enorme desafio a mobilidade eficiente sustentável. Desta forma, é possível traçar um paralelo com um país considerado um dos mais desenvolvidos do mundo?
Brasil x Suíça
Dados do World Data Bank comparam os dois países: o Brasil conta com 8.510.345 km² e a Suíça 41.277 km², sendo o primeiro quase 200 vezes maior.
Apesar de ser um país pequeno, a Suíça possui uma densa rede de linhas ferroviárias que abrange tanto áreas urbanas, regionais quanto de longa distância. Desde 2004, a rede da maior operadora de infraestrutura, a SBB, está totalmente eletrificada, tornando o transporte ferroviário um dos modos de transporte mais sustentáveis.
Em paralelo, especialistas defendem que há soluções tecnológicas acessíveis ao Brasil que podem ser implementadas para tornar a nossa mobilidade urbana de primeiro mundo.
Para aprofundar o debate, o Byte esteve na Suíça para entender como funciona este sistema de transporte eficiente, tecnológico e, principalmente, sustentável.
No país, a Siemens é responsável pela automação dos principais veículos, como trens e teleféricos. Afinal, a Suíça tem desafios geográficos parecidos com algumas regiões do Brasil: montanhas e temperaturas extremas.
A Gornergrat Railway (GGB) por exemplo, chega a uma altitude de 3.089 metros e é a segunda ferrovia de montanha mais alta da Europa.
A GGB adotou o primeiro modelo operacional baseado em nuvem, facilitado pela Siemens Mobility. A tecnologia elimina a necessidade de infraestrutura de servidores no local e permite o gerenciamento remoto de sistemas críticos, por exemplo.
O sistema integrado de controle e informação, conhecido como “Iltis”, permite o controle remoto de sinalização, monitoramento das operações e gerenciamento dos sistemas de informações aos passageiros.
Fonte: Terra