A ativista social ressaltou a importância da data na luta contra o tráfico humano, que é considerado o terceiro crime mais rentável do mundo, atrás apenas do tráfico de armas e tráfico de drogas.
O Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas foi celebrado no dia 30 de julho. A data chama a atenção para uma grave prática de violação aos direitos humanos e destaca medidas preventivas ao ato ocorrido diariamente, no Brasil e no mundo.
De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), o tráfico de pessoas é o terceiro crime mais rentável do mundo, atrás apenas do tráfico de armas e tráfico de drogas. O Relatório Global sobre Tráfico de Pessoas, divulgado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) em 2018, revela ainda que quase 25 mil vítimas foram detectadas no mundo em 2016.
Por causa do número alarmante, a ativista social, Danny Boggione, que desenvolve um trabalho de utilidade pública no enfrentamento ao comércio de seres humanos na Turquia, considera importante ter um dia específico para a conscientização da sociedade civil a respeito do crime que, segundo ela, é mais comum do que as pessoas imaginam.
“A prevenção ainda é o melhor remédio, já que nem sempre é possível efetuar o resgate, precisamos evitar a próxima vítima. Capacitar a sociedade civil com informações de alerta e prevenção, assim como divulgar amplamente os canais de denúncia acessíveis a todos, são medidas imprescindíveis ao auxílio das autoridades para o combate da prática. Temos que unir forças”, afirmou.
Crianças e adolescentes
Sobre o perfil das vítimas, de acordo com dados do Relatório Global sobre o Tráfico de Pessoas 2016, apurados pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), quase um terço do total de pessoas reféns desse tipo de tráfico no mundo são crianças e adolescentes. Segundo o documento, mulheres e meninas correspondem a 71% dessas vítimas.
Em favor da proteção das crianças, no Distrito Federal, a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus) promoveu a Semana Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, do dia 26 a 30 de julho. Entre as ações desenvolvidas, houve o lançamento do programa Identidade Cidadã, projeto que visa conscientizar pais e responsáveis sobre a importância de emitir a identidade de crianças e adolescentes.
Para Danny, o objetivo do programa é essencial na luta contra a exploração de pessoas, já que a falta de um registro de identidade facilita o comércio de seres humanos. Em concordância, o Governo do Distrito Federal, analisa que “o acesso ao documento reduz a vulnerabilidade de crianças e adolescentes em diferentes situações, como casos de desaparecimento, ao garantir o registro de seus dados nos sistemas de segurança pública”.
Como denunciar
As denúncias contra casos de tráfico de pessoas, contrabando de migrantes e tráfico de mulheres podem ser feitas às autoridades brasileiras por meio do disque 100 ou no número 180.