Das cerca de 24,5 milhões de novas UCs que se conectaram ao sistema elétrico nacional de 2009 para cá, somente 500 mil aderiram à GD. Mas setores contrários têm procurado pintar a tecnologia como um problema, evitando riscos futuros aos seus negócios. Algo similar aconteceu no país no final da década de 1990, quando o mercado livre de energia penou para ser legalmente aprovado.
Mudando um pouco o teor da mensagem aqui e ali, o grupo do contra também argumenta que a aprovação do PL 5.829 vai armar uma bomba tarifária para a população e favorecer os ricos. Nada disso se sustenta. A energia solar tem viabilizado projetos fantásticos em povoados indígenas, favelas e outras localidades não atendidas pela rede atual. Também tem potencial para elevar a competitividade da agricultura familiar e das cooperativas do campo, cujas contas de luz representam grande parte das despesas.
É importante esclarecer que o PL 5.829 entende que a GD deve, sim, perder os incentivos – mas não de forma abrupta, e sim ao longo de um período determinado (25 anos, na proposta original). Isso garante segurança jurídica e demais condições para uma tecnologia altamente benéfica às pessoas e ao planeta manter-se competitiva e viável.
Segundo projeções da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a imposição de regras duras à GD pode frustrar, em dez anos, a instalação de mais de 19 gigawatts, investimentos privados de mais de R﹩ 85 bilhões, a criação de 570 mil vagas de trabalho e a arrecadação de R$ 27 bilhões em novos tributos. Temos condição de abrir mão disso tudo? Quem pagará essa conta?