Os catadores são responsáveis pela coleta de cerca de 90% dos materiais recicláveis no Brasil, um trabalho de grande importância e impacto ambiental. Estima-se que cerca de 800 mil pessoas tiram o seu sustento por meio da coleta seletiva no pais. Entretanto, a sociedade ainda não tem consciência e o reconhecimento desse trabalho árduo. A remuneração é tão baixa que, por exemplo, no estado da Bahia, o quilo de garrafa PET é vendido pelos catadores por apenas 15 centavos.
Essa realidade, porém, não passou batida pelo grupo fundador do projeto Pimp My Carroça, que utiliza a arte e o grafite para ajudar esses catadores de materiais recicláveis a ganhar mais visibilidade. São 1173 artistas e grafiteiros voluntários que utilizam suas visões e talento para transformar as carroças dos catadores participantes.
Projeto rendeu outras ações
A ação acontece durante edições organizadas em praças centrais. Até hoje, São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba já receberam o evento. Além dos grafiteiros pintando as carroças ao vivo, o Pimp My Carroça as equipa com borracharia, funilaria e instalação de kits de segurança. Enquanto isso, os catadores são atendidos por médicos, massagistas, cabeleireiros e psicólogos, que completam a equipe de 1854 voluntários.
O projeto ainda rendeu outras ações. No site do Pimp My Carroça é possível se inscrever em grupo para acompanhar um catador por um dia e sentir na pele todos os desafios da profissão. Também houve uma exposição de fotos chamada “Viva os Catadores” de dezembro de 2015 a janeiro de 2016 em São Paulo. O SóLatinha instalou cestas para descarte exclusivo de latas de alumínio pela cidade, para facilitar a coleta e garantir a segurança, já que o processo de triagem em lixeiras comuns pode machucar. O Reciclovia, por sua vez, pede pela regulamentação e permissão para a circulação de carroças nas ciclovias. Todas essas atividades buscam dar visibilidade e melhorar as condições de trabalho dos catadores de materiais recicláveis.