A busca por uma alimentação mais equilibrada fortalece cada vez mais os movimentos veganos e vegetarianos no mundo. A transformação é impulsionada pela mudança sem precedentes da população, cada vez mais consciente em relação às causas ambientais e ao cuidado com os animais. De acordo com projeções de um estudo realizado pela Sainsburys, tradicional rede de supermercados britânica com mais de 150 anos de existência, um quarto da população britânica será vegetariana e metade ‘flexitariana’, em 2025.
A própria rede de supermercados já registra um crescimento de 24% no volume de clientes que procuram por produtos veganos online, além de um aumento de 65% nas vendas de produtos a base de vegetais em comparação com o mesmo período do ano passado. O fato é que o número de consumidores que se consideram veganos, vegetarianos ou flexitarianos está cada vez maior.
Fenômeno Mundial
Nos Estados Unidos, segundo o Instituto Harris Interactive, grande parcela dos Americanos está consumindo refeições vegetarianas mais frequentemente. Quase metade dos entrevistados (48%) diz consumir refeições veganas semanalmente. O Brasil, por sua vez, segue o mesmo ritmo. Uma pesquisa divulgada pelo Ibope, em abril de 2018, mostrava que 14% da população brasileira se declara vegetariana. Nas regiões metropolitanas como São Paulo, Curitiba, Minas Gerais e Rio de Janeiro, esse percentual chega a 16% – o dobro em comparação a 2012, quando o mesmo estudo mostrou que 8% dos entrevistados se declaravam vegetarianos.
No estudo da Sainsburys, James Wong, biólogo especializado em plantas, corrobora a opinião de crescimento no interesse global por uma alimentação com benefícios na saúde. Há ainda um grande fator ambiental, passional e até mesmo técnico que ajuda a impulsionar a demanda. A expectativa de crescimento da população mundial para algo em torno de nove bilhões de pessoas nos próximos 30 anos deixa claro que não será economicamente sustentável produzir e consumir a mesma quantidade de carne que observamos nos dias atuais.
Consumo de carne
Atualmente, um europeu médio consome 80 quilos de carne por ano, enquanto norte-americanos e australianos comem 110 quilos de carne anualmente². Se a população que hoje não consome carne na mesma proporção aumentar sua demanda por carne, a conta simplesmente não vai fechar. A situação é tão crítica que países como Alemanha, Dinamarca, Suécia e China já discutem há algum tempo a possibilidade de implantar uma ‘taxa do pecado’ para consumidores de carne, cujo propósito é reduzir a demanda por carne em até 45%³.
Ao contrário do senso comum, estudos e pesquisas recentes provam cada vez mais que dietas majoritariamente a base de vegetais podem oferecer todos os nutrientes necessários para pessoas comuns e atletas. O assunto, inclusive, é tratado no documentário The Game Changers, que conta com a produção de nomes como James Cameron e Arnold Schwarzeneger. O filme ressalta a crescente participação da dieta plant-based na alimentação das pessoas comuns e atletas, reforçando os benefícios para a saúde e desempenho.
No Brasil
Diante de tal mudança, eventos que celebram uma alimentação mais saudável, o respeito ao meio ambiente e aos animais, ganham força. O Vegfest, por exemplo, foi destaque em Brasília. O evento reuniu milhares de empresas, que apresentaram ao público novidades e tecnologias de última geração para produção de alimentos. Neste ano, a Violife, conhecida como a empresa queijos veganos mais premiada do mundo, apresentou sete tipos de queijo de origem 100% vegetal ao público do evento. O estande da empresa também contou com a presença da Youtuber, Alana Rox, do canal Diário de uma Vegana.