O primeiro centro de compras do país a usar exclusivamente energia solar é o Shopping Village Mall, no Rio de Janeiro. “Esse projeto adquirido pela administradora Multiplan junto à empresa EDP permitiu a construção de um enorme complexo gerador que já passou nos testes exigidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e que contribui na diminuição do impacto ambiental e nos custos para os lojistas no empreendimento”, explica Vander Giordano, vice presidente da Multiplan.
“Esse é um investimento ganha-ganha, em que a sustentabilidade é a questão central e os lojistas, nossos parceiros, percebem o benefício na conta do condomínio onde o custo com energia representa um valor significativo”, explica o vice-presidente institucional da Multiplan, Vander Giordano. Segundo o executivo, a economia com a energia limpa e renovável será de R$ 5,5 milhões por ano. “O sistema evitará a emissão de quase 228 mil toneladas de gás carbônico no meio ambiente ao longo de 25 anos de operação. Isso equivale ao plantio de mais de 400 mil árvores”, enfatiza ele.
O executivo conta que essa iniciativa é pioneira e grandiosa, mas que a preocupação com o meio ambiente já se faz presente em todos os empreendimentos da rede Multiplan e cita exemplos no próprio Village Mall. O shopping tem uma arquitetura que privilegia a luz natural e utiliza vidros Low-e, que deixam a luz passar, mas barram o calor; tem também área verde aberta, reuso de água da chuva, separação do lixo por categoria e escadas com sensores de movimento. “Tudo isso veio antes desse projeto de energia solar e mostra como estamos evoluindo no conceito de sustentabilidade”, diz Giordano.
Módulos fotovoltaicos
Localizado em Itacarambi, Norte de Minas Gerais, a central geradora tem duas usinas com capacidade de 8,33 MWp. Com 25.440 módulos fotovoltaicos, o complexo abrange uma área de 240 mil m², o que equivale a 24 campos de futebol. O sistema gera 17,5 GWh por ano, volume suficiente para abastecer todo o shopping. Se comparado a uma cidade seria suficiente para abastecer cerca de 9.700 residências.
O projeto ainda conta com uma linha de transmissão de 9,5 km de extensão para conectar as usinas à rede de distribuição. “Essa energia entra no sistema gerando créditos para abatimento em conta”, explica Vander Giordano. Segundo ele, encontrar uma área grande e com incidência de sol, bem como a construção do parque ficou a cargo da EDP.
Foi o maior projeto de energia solar construído pela companhia portuguesa no Brasil para esta finalidade e custou à Multiplan cerca de R$ 32 milhões. A tecnologia tracking – estrutura que se move de acordo com as mudanças no ângulo dos raios solares – irá permitir uma maior absorção possível de radiação.
Minas concentra geradoras
Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), a energia solar já ocupa a sétima posição como maior fonte de energia no Brasil, com o total de 2.819 MW de potência instalada operacional, o equivalente a 1,2% da matriz energética nacional, superando a fonte nuclear, com 1.990 MW.
Minas Gerais é o estado que mais tem aproveitado essa fonte renovável, com 151 MWp de capacidade em projetos de geração distribuída.
Teste no São Francisco
O governo federal estuda instalar placas solares ao longo dos canais de integração do Rio São Francisco para que a energia solar possa ser utilizada no bombeamento da água. A informação é do presidente Jair Bolsonaro. Ele postou a informação na sua conta no Twitter.
O consumo de energia elétrica do sistema corresponde a cerca de 80% dos custos da operação do empreendimento. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Regional, a demanda anual nas fases pré-operacional e operacional do Projeto gira em torno de 746 mil MW.
A instalação de placas sobre espelho d’água também possibilita que a evaporação seja bastante reduzida, já que os painéis solares montados em canais bloqueiam a radiação do sol. De acordo com estimativas, uma planta fotovoltaica (painéis) de um megawatt pode economizar nove milhões de litros de água por ano.
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