Brumadinho

TRAGÉDIA DE BRUMADINHO: 15 DIAS APÓS O ACIDENTE, BOMBEIROS CONTINUAM NAS BUSCAS

A onda da dejetos de mineração que vazou da barragem 1 da mina Córrego do Feijão, sem alarme, na sexta-feira, 25 de janeiro, levou menos de meia hora para chegar ao último ponto onde pode ter feito vítimas. Segundo os cálculos do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, a velocidade da lama seria de quase 80 quilômetros por hora ao deixar a barragem e de cerca de 20 ao chegar ao bairro.

Foram atingidos, nessa ordem: a área operacional da mina; a área administrativa, onde ficavam escritórios e o refeitório; uma conhecida pousada da região; o bairro Parque da Cachoeira e, finalmente, o rio Paraopeba.

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Além disso, a onda atingiu casas, plantações e muitos hectares de mata. Acredita-se que a maior parte das mortes tenha acontecido na área administrativa da mina. Naquele dia, trabalhavam no complexo cerca de 600 pessoas, entre funcionários da Vale e terceirizados.

Quando a espessa onda de lama desaguou no rio Paraopeba, havia percorrido nove quilômetros de vale, soterrando centenas de pessoas pelo caminho. Até a manhã de sexta-feira, 8 de fevereiro, haviam 157 mortes confirmadas e 182 pessoas seguiam desaparecidas.

Nas buscas por desaparecidos na lama de Brumadinho, onde a profundidade chega a 15 metros em alguns locais, cães farejadores têm sido fundamentais. Desde o dia do rompimento da barragem de rejeitos, eles já encontraram mais de 20 mortos. Na etapa atual de buscas, duas semanas após a tragédia, o Corpo de Bombeiros já percorreu toda a parte superficial da lama, e agora procura por desaparecidos em camadas mais profundas.

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Ao planejar as buscas, o Corpo de Bombeiros identifica áreas onde pode haver um número grande de vítimas. Quando está diante da lama com seu cão, o condutor dá o comando “dead” (“morto” em inglês) e o cão vai em busca daquele odor. Se houver alguém vivo, o cachorro também indicará a presença da pessoa, pois é treinado para identificar ambos os cheiros.

Com informações da BBC Brasil e G1