NOVA EXPEDIÇÃO DIMENSIONA POPULAÇÃO DE BOTOS NO RIO AMAZONAS

NOVA EXPEDIÇÃO DIMENSIONA POPULAÇÃO DE BOTOS NO RIO AMAZONAS

Desde quinta-feira, 9 de janeiro, começou em Iquitos, no Peru, uma expedição científica internacional pela bacia do rio Amazonas, incluindo incursões na Colômbia e no Brasil. O objetivo principal é fazer contagens de botos para determinar as dinâmicas de suas populações e confirmar se o número aumentou, diminuiu ou está estável. Nesta viagem participarão 12 pesquisadores da Iniciativa dos Botos da América do Sul (SARDI, da sigla em inglês).

População de botos

Esta é a terceira vez que os pesquisadores percorrerão este trajeto do rio Amazonas, a partir de Iquitos, passando por Leticia (Colômbia), até chegar a Santo Antônio do Iça (Brasil). Informações de 20 ou 30 anos atrás serão usadas como referência para confirmar que as populações de botos poderiam estar diminuindo. Para isso, é necessário que o grupo de especialistas faça a coleta de novos dados para determinar tendências populacionais e verificar o que está acontecendo, de acordo com Fernando Trujillo, diretor de pesquisa da Fundação Omacha e integrante da SARDI.

Ameaças

O grupo de pesquisadores também avaliará os diferentes tipos de ameaças que existem no trajeto. Incluindo a pressão da caça de botos. Eles são usados como isca para capturar uma espécie de peixe conhecida como mota (no Peru e na Colômbia). Além disso, são utilizados para capturar piracatinga (no Brasil) ou blanquillo (na Bolívia). Isso é devido ao registro de que esta atividade ainda ocorre na parte peruana do Rio Amazonas, segundo aponta Miriam Marmontel, pesquisadora do Instituto Mamirauá, no Brasil.

“Também vamos reunir dados de outras ameaças como a mineração e o desmatamento. Agora notamos que o nível do rio está muito alto, o que é atípico para esta época do ano. Além disso, será a primeira vez que se realizará o trajeto de Leticia a Santo Antônio do Içá (Brasil). Isso nos permitirá cobrir um vazio de informação, já que tínhamos feito expedições a partir do rio Putumayo até o Amazonas. Faltava um trecho para ter a visão deste eixo”, conta Saulo Usma, do WWF-Colômbia.

SARDI

A SARDI é formada pelas organizações Faunagua, Fundação Omacha, Instituto Mamirauá, Prodelphinus e WWF. Nesta ocasião, a Iniciativa dá as boas-vindas à Solinia, no Peru. Ela apoia nos preparativos da expedição e cujos pesquisadores integram a equipe técnica da organização.

Os especialistas da SARDI esperam que a informação obtida na viagem, junto com a análise do monitoramento de satélite que é realizado desde 2017, sejam levados em consideração para o desenvolvimento de um Plano de Manejo e Conservação (CMP, da sigla em inglês) para os botos. O Plano seria referendado pela Comissão Baleeira Internacional (organismo científico internacional que se encarrega das regulações relacionadas aos cetáceos), como resultado de um esforço coordenado entre os governos. Assim, o CMP aponta para a mitigação das ameaças enfrentadas pelos botos na América do Sul.

Fonte: WWF Brasil

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