Depois do grande fenômeno de mercado que são as criptomoedas, como é o caso das Bitcoins que surgiram em 2009 valendo U$0,01 e chegaram a valer U$19.551 em dezembro de 2017, agora os investidores encontraram uma nova tendência que ganha valor na bolsa rapidamente: companhias ligadas à maconha.
Com a queda de 80% no valor das 10 principais moedas virtuais desde janeiro, no dia 19 de setembro a procura por ações de empresas relacionadas à “cannabis” foi quase o dobro das criptomoedas, segundo reportagem da Bloomberg, mostrando a nova onda de investimentos.
Vários fatos colaboram para a rápida ascensão, como por exemplo, a grande quantidade de países que legalizaram a venda da maconha, seja para uso medicinal ou recreativo, nos últimos tempos. Há cinco anos, apenas dois países liberavam a planta, hoje são 27.
Erva no refri
Na América Latina o Uruguai permite, desde 2014, o cultivo de até seis plantas por pessoa e a compra de até 10 gramas por semana. Nos Estados Unidos, a liberação é feita em alguns estados, mas a lei federal proíbe, o que atrapalha os negócios. O principal investimento acontece agora no Canadá, onde o uso recreativo será legalizado no dia 17 de outubro.
Já em agosto, grandes investimentos começaram a ser feitos. A gigante de bebidas Constellation Brands investiu mais US$ 4 bilhões na Canopy Growth, a principal produtora de erva do Canadá, responsável por um terço de todas as encomendas do país. No último mês, a movimentação ganhou peso quando a Coca Cola confirmou o interesse em criar uma versão do refrigerante com canabidiol, ingrediente calmante, não psicoativo da maconha. Assim que a agência Bloomberg anunciou que a provável parceira da Coca Cola para a nova ideia deveria ser a produtora canadense Aurora Cannabis, as ações da companhia subiram 17%.
Segundo nota de Vivian Azer, analista do banco de investimentos Cowen, seria plausível se outros grandes produtores canadenses, como Tilray ou Alphria, fossem procurados pela PepsiCo para uma linha especial de Gatorade.
Alerta de risco
Entretanto, os economistas alertam que o negócio pode potencialmente se tornar uma bolha, e que é preciso ter cuidado para investir, já que os produtores atuais atendem todas as demandas. Enquanto os aventureiros tentam desbravar os negócios relacionados à maconha na América do Norte, a quantidade de empresas ainda é maior do que os negócios de fato.