As queimadas que atingem a Amazônia tomaram grandes proporções, gerando comoção, resultando em alcançar o 1º lugar nos trends mundiais. A pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), revela que o percentual de incêndios na área em 2019 corresponde a 65,1% do total, considerado maior número desde 2003. A repercussão das queimadas tem impacto não só no meio ambiente, como também no mercado financeiro e questões políticas com demais países, como por exemplo as relações comerciais entre alguns países europeus, como França e Irlanda com o Mercosul, os países exigem que a questão seja resolvida. O presidente da francês, Emmanuel Macron, convocou uma reunião emergencial do G7 para falar sobre a situação da Amazônia.
Pressão política
Para o Diretor de Câmbio da FB Capital, Fernando Bergallo, se trata muito mais de uma pressão política do que de fato uma preocupação com as queimadas. “Existe um uso político dessa questão ambiental. O ponto de maior impacto agora é a guerra comercial entre EUA e China”. Bergallo aponta que Portugal também tem enfrentado questões de desmatamento e enfatiza que é uma questão majoritariamente política. “Portugal também sofre com questões de desmatamento, o problema é real, entretanto, não se pode negar o uso político da questão”. O Diretor de Câmbio afirma que a repercussão em muito se deve também ao receio que a França e a Irlanda têm com o potencial das exportações brasileiras. “França e Irlanda ficam receosos pelo potencial dos produtos brasileiros que são exportados. O assunto deve passar logo, já que não impacta a liquidez do mercado financeiro”, explica Bergallo.
Relações comerciais
Jefferson Laatus, Estrategista-Chefe do Grupo Laatus, diz que a questão já existe há mais de uma década e afirma que a repercussão atual é um pretexto europeu para cortar relações comerciais. “Essa questão está dentro da média dos 15 últimos anos, mas a Europa está usando isso como um pretexto para criar alguns embargos contra o Brasil”, afirma. O intuito é evitar que os países europeus façam negócios com o Mercosul. Laatus aponta que a UE tem planos de cortar a importação de carnes brasileiras. “Atualmente, a União Europeia já cogita parar a importação de carnes do Brasil. Por isso, o problema das queimadas na Amazônia é uma questão diplomática e comercial”, finaliza o Estrategista-Chefe do Grupo Laatus.
Para Daniela Casabona, Sócia-Diretora da FB Wealth, a questão também está nas relações comerciais internacionais. “As queimadas na Amazônia vêm afetando o mercado pelas relações comerciais internacionais, principalmente com a Europa, ficarem abaladas”. Casabona aponta que a interferência da França na questão potencializa o fato, influenciando os países europeus a repensarem suas relações com o Mercosul. “A interferência da França causou um forte conflito com o país e por isso países da Europa estão repensando o acordo comercial”, finaliza Casabona.