Uma ideia simples. Cadastrar em um aplicativo pessoas que têm interesse em descartar resíduos e pessoas que queiram recolher estes mesmos resíduos para transformar em renda. Com essa finalidade nasceu o Cataki.
Tudo começou com o projeto Pimp My Carroça. Mundano, grafiteiro e idealizador do projeto, passou a conviver com os catadores e indica-los para as pessoas, a situação foi crescendo e ele teve a ideia de fazer um aplicativo que pudesse facilitar esse contato.
Os catadores são responsáveis por aproximadamente 90% do lixo que é retirado das ruas no Brasil e retiram toda a sua renda deste trabalho. Segundo o site do aplicativo, plástico e papelão valem cerca de R$ 0,20/kg, enquanto o vidro vale R$ 0,05/kg.
Contato pelo telefone
Após cadastrarem o seu contato no app, os catadores recebem ligação dos usuários que queiram descartar algum resíduo próximo de suas localizações. Claudio, catador de lixo na cidade de São Paulo, disse em entrevista ao G1, que utilizar o app aumentou significativamente a sua demanda e sua renda.
A novidade custou R$ 160 mil e foi uma das dez inovações tecnológicas globais selecionadas pelo Netexplo, observatório independente de estudos sobre o impacto de tecnologias na sociedade e nos negócios, em parceria com a Unesco. Ao todo, dois mil projetos foram avaliados. E o Cataki foi o grande vencedor da premiação, que aconteceu no dia 13 de fevereiro.
“Lutamos pelo reconhecimento dos catadores de lixo, que são verdadeiros agentes ambientais. O app é uma forma alternativa de aumentar a renda dos catadores com um benefício ambiental sem preço”, disse o grafiteiro e ativista Mundano, idealizador do Cataki, na cerimônia de premiação na sede da Unesco, em Paris.
Uma nova versão do aplicativo está em desenvolvimento. Nela, os usuários poderão mandar fotos dos resíduos que pretendem descartar e, assim, os catadores poderão aceitar ou não o trabalho e sugerir um preço para o cliente.