O avanço da inteligência artificial (IA) está provocando uma revolução no setor educacional brasileiro, tornando as experiências de aprendizado mais personalizadas e interativas. Segundo Marcos Kogici, diretor de tecnologia da Conexia Educação, a IA tem o potencial de enriquecer o processo pedagógico ao mesmo tempo em que otimiza as atividades dos educadores.
“A democratização do uso da inteligência artificial está revolucionando a maneira como interagimos com a tecnologia no nosso dia a dia. Acreditamos que a aplicação da IA deve estar diretamente vinculada à intencionalidade pedagógica”, afirmou Kogici. Ele destacou que a integração dessas tecnologias possibilita personalizar o aprendizado dos estudantes, além de fornecer ferramentas para o planejamento de aulas e a análise de desempenho dos alunos. “A IA pode sugerir conteúdos, atividades e projetos baseados nas lacunas de conhecimento identificadas.”
Para que as escolas possam adotar essas soluções, o uso de computadores ou smartphones conectados à internet já é suficiente, de acordo com Kogici. Entre as inovações disponíveis está a AzelIA, uma ferramenta da Plataforma AZ de Aprendizagem que combina um modelo generativo de texto, o currículo pedagógico e os dados dos alunos para auxiliar nas rotinas de estudo. “Essa assistente se adapta à idade e ao nível de dificuldade dos estudantes, proporcionando respostas mais adequadas ao seu momento de aprendizado”, explicou.
Outra solução apresentada pela Conexia é o Hibus, voltado para a educação bilíngue. A ferramenta integra realidade virtual e inteligência artificial, criando uma experiência imersiva e divertida. “O Hibus permite que os alunos treinem habilidades de speaking e listening de forma personalizada, ajustando-se ao nível linguístico de cada estudante”, comentou o diretor de tecnologia.
Como parte do International Journey, do High Five Bilingual Education, essa iniciativa multicultural leva os estudantes a uma jornada pelos cinco continentes por meio de um intercâmbio digital, integrando IA e realidade virtual no ensino de inglês. “Com o suporte do Hibus, os estudantes conseguem mergulhar na cultura de cada país e aplicar seus conhecimentos de forma prática, em um processo de aprendizagem personalizado e eficaz.”
Ainda que as ferramentas estejam disponíveis apenas para algumas escolas parceiras, Kogici enxerga um futuro promissor para sua ampliação. Ele também destaca a importância da mediação dos professores nesse processo, afirmando que “é fundamental encorajar os alunos a questionar e analisar o conteúdo gerado pela IA, promovendo o pensamento crítico e a resolução de problemas”.
Entre os projetos de sucesso que já utilizam a IA, Kogici cita o uso da AzelIA em uma das escolas do grupo para discutir o conceito de super-homem de Friedrich Nietzsche. A IA foi mobilizada para pesquisas e debates em sala de aula, tornando o ambiente mais interativo e dinâmico. Para Kogici, essas experiências mostram como a inteligência artificial pode ser uma poderosa aliada no desenvolvimento de novas metodologias de ensino, aproximando os alunos de temas complexos de maneira mais acessível e envolvente.
Com a evolução constante da IA, o cenário educacional brasileiro parece caminhar para um futuro em que o aprendizado se tornará cada vez mais adaptável às necessidades individuais dos estudantes, promovendo uma educação mais inclusiva e eficiente.