De acordo com dados do 8º Estudo de Sustentabilidade da BDO Brasil, quinta maior empresa de auditoria e consultoria do mundo, 61% das empresas brasileiras enxergam a agenda ESG como uma estratégia de negócio. Entretanto, apenas 39% possuem um departamento de ESG e/ou Sustentabilidade.
O estudo foi produzido de modo a apurar como os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) incentivados pela Organização das Nações Unidas (ONU) têm sido contemplados pelas empresas brasileiras.
Conforme as companhias respondentes, promover o ESG atende em 49% as necessidades das próprias partes interessadas e investidores, contudo, várias são as lacunas na aderência e transparência do conceito de responsabilidade socioambiental identificadas no levantamento.
“Percebemos cada vez mais um interesse genuíno das empresas com a agenda ESG, tanto é que 61% delas veem o tema como estratégico. No entanto, na prática, menos da metade conta com um departamento ou uma equipe específica para tratar do assunto”, afirma Viviene Bauer, sócia da BDO.
“Porém, a tendência, é que o discurso se aproxime da prática nos próximos anos, uma vez que o ambiente regulatório tem estado cada vez mais presente na divulgação das práticas ESG. Na nossa visão, este é o ponto de partida para aqueles que mantém a sustentabilidade apenas no discurso, possam, efetivamente, partir para a ação”, complementa.
Três barreiras principais
Segundo apurado, três são as principais barreiras para o avanço da sustentabilidade nas empresas: existência de outras prioridades estratégicas (69%), dificuldade na disseminação da estratégia entre os colaboradores (23%), além de dotação orçamentária ou capilaridade de captação (8%).
No quesito sustentável, menos da metade das empresas avaliadas, conscientizam colaboradores sobre o uso consciente de água e 65% sequer controlam as emissões de gases estufas por inventário. Porém há preocupação majoritária em comprar prioritariamente materiais recicláveis (74%) e registrarem empenho na separação de resíduos para destinação correta – especificamente, 63% das empresas respondentes realizam separação de todos os componentes e apenas 25% de orgânicos e recicláveis.
Quando o assunto é responsabilidade social, os dados dão conta de que 61% das empresas realizam doações e incentivam seus colaboradores a ajudarem em causas filantrópicas. Do total de 3,3% da população brasileira engajada com a solidariedade, 90% o fizeram por meio de empresas, organizações ou instituições.
Já em governança, entre os fatores apontados para o seguimento de boas práticas de governança corporativa apontados pelas organizações estão interesses internos, como a prevenção a fraudes e a gestão de riscos.
Para tanto, 61% das empresas reafirmam que boas práticas de governança fazem parte da cultura da empresa, mas apenas 37% afirmam checar ou rastrear se fornecedores diretos, atuam em consonância com boas práticas de ESG, checando por exemplo, se seus fornecedores, têm envolvimento com trabalho infantil ou trabalho análogo a escravo, por exemplo.
É importante destacar que transparência com os avanços em ESG apresenta-se de forma incipiente, esbarrando em preocupações correlatas ao greenwashing – prática danosa de propaganda empresarial que simula a aderência de ações socioambientais, mas que na prática traz resultados bem diferentes: dos respondentes da pesquisa elaborada pela BDO, 37% publicam anualmente Relatórios de Sustentabilidade, sendo que 41% dos materiais elaborados fundamentam-se em metodologias próprias e apenas 24% destes possuem verificação e validação externa.
Com destaques sobre o posicionamento de empresas do agronegócio, automotivas, construção civil, terceiro setor, softwares e educação: confira, na íntegra, a 8ª edição do Estudo de Sustentabilidade BDO.
Fonte: Notícia Sustentável