No próximo domingo (18 de junho), o Brasil celebra o Dia da Gastronomia Saudável. A data foi estabelecida pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 2016 com o objetivo de chamar a atenção para a importância do uso integral dos alimentos na alimentação a fim de gerar o menor desperdício possível.
Aliás, mais de 131 milhões de pessoas na América Latina e no Caribe não têm recursos para comprar alimentos saudáveis, segundo um relatório da própria ONU. Além disso, o balanço aponta que 22,5% da população não tem acesso a uma dieta saudável.
Para Marcelle Francavilla, chef e professora de Alta Gastronomia e Cozinha Internacional da IGA Niterói, gastronomia saudável é o ato de transformar o alimento de forma mais “pura” possível, isto é, possibilitar que o resultado agregue o sabor, a quantidade e a qualidade dos alimentos, ao mesmo tempo que alimenta, sem que o cozinheiro precise interferir com ingredientes industrializados.
“Nessa ótica, é impreterível a utilização do alimento ‘in natura’, ou seja, o mais fresco possível. Não se trata de uma cozinha elaborada. Pauta-se na crença de que a alimentação simples, sem muitos aditivos ou preparações, pode ser mais benéfica do que os pratos mais elaborados”, afirma.
Na visão de Marcelle Francavilla, a gastronomia saudável vai além da cozinha. Abrange o início, a busca e, principalmente, a escolha pelas verduras, frutas e legumes; o meio, que consiste na troca de receitas e experiências, “o cozinhar e o se alimentar”; e o fim, que diz respeito ao correto descarte dos alimentos.
“Por isso, conscientizar o consumidor a respeito de seus hábitos alimentares e desenvolver formas de tornar esse alimento mais acessível é o desejo desempenhado por muitos empreendedores”, afirma.
A chef de cozinha ingressou no segmento de comida saudável em 1996. Ela empreendeu em uma loja de produtos naturais, que logo se transformou em um restaurante de comida saudável e funcional. “Nesse caminho, começou minha paixão pela gastronomia e todo o universo de possibilidades que ela oferece”.
A partir daí, Francavilla explica que começou a estudar, fez diversas especializações – inclusive no IGA. “Na escola, dou aulas para crianças e ensino a importância do preparo e das técnicas para obter diferentes versões de um só alimento”, afirma.
Ela conta que costuma dizer aos alunos que talvez não tenham gostado de um alimento porque ainda não encontraram uma preparação ou uma receita que apreciem, já que é possível servir um prato de diversas formas diferentes – e, portanto, não se identificar com um modo de preparo não significa não gostar de todos. “É muito interessante como as crianças ficam curiosas e felizes com essas descobertas”.
Instituto promove a cultura da alimentação saudável
A professora de Alta Gastronomia e Cozinha Internacional da IGA Niterói destaca que manter uma alimentação equilibrada e saudável, atualmente, tem sido um desafio. “Por isso, para os adultos, a escola oferece aulas voltadas para a cozinha saudável, onde desenvolvemos toda a importância e aplicabilidade prática dessa temática”, afirma.
Marcelle Francavilla também ressalta que, apesar do fácil acesso às informações que a tecnologia proporciona, que ajuda a compreender o tipo de alimento que se está comprando, qual sua origem, como ele é feito ou se contém agrotóxicos, por exemplo, as pessoas continuam consumindo alimentos maléficos para a saúde.
“Como chef de cozinha, acredito no poder dos alimentos e no quanto agregam ao nosso corpo e mente, tendo um impacto diretamente proporcional à melhora da nossa saúde”, pontua. “Nessa ótica, o conceito da gastronomia saudável, explorado durante as aulas, muito mais do que se alimentar corretamente, consiste em um estilo de vida que busca, por meio de uma reeducação de nutrientes, uma maior qualidade de vida”, complementa.
Francavilla ressalta que, além de ter relação com as consequências que a alimentação gera para o indivíduo, a gastronomia saudável se relaciona, também, aos impactos causados ao meio ambiente pelo consumo alimentar, como desperdício de comida, consumo consciente de produtos em risco de extinção, coleta seletiva e o reaproveitamento de alimentos.
“Desse modo, no IGA, levamos para dentro da cozinha a importância de saber manipular cada alimento e conhecer todas as suas possibilidades de preparo para, assim, utilizá-lo de forma total e evitar o desperdício”, exemplifica.
Por fim, a professora observa que a gastronomia saudável é um universo que promove o desenvolvimento do cozinheiro para dentro e fora da cozinha, estimulando tanto a sua melhora individual – física, no consumo de alimentos mais benefícios para a saúde -, quanto coletiva – aperfeiçoando a forma como “o cozinhar” impacta a sociedade como um todo.
“A gastronomia saudável é uma filosofia que consiste em tomar consciência sobre tudo que envolve o ato de se alimentar. É um caminho longo entre colher, comer e o descartar, e todos podem conhecer mais de perto esse vasto universo”, afirma.
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