O Centro de Educação para Surdos Rio Branco (CES Rio Branco) garante o direito à educação e à inclusão com aulas em Libras e diferentes atividades em parceria com as famílias, introduzindo a criança à trajetória escolar
O Artigo 227 da Constituição Federal de 1988 prevê: “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança o direito a educação, cultura, respeito e convivência comunitária”. No entanto, essas seguranças, que devem ser concedidas a todos os pequenos, encontram barreiras para se fazer presente no dia a dia das pessoas com deficiência. Por isso, espaços como o Centro de Educação para Surdos Rio Branco são tão necessários, principalmente para crianças surdas.
“Buscamos garantir, a todo momento, o direito à infância plena das crianças surdas, que são uma minoria linguística e cultural”, ressalta a diretora da instituição, Sabine Vergamini.
“O trabalho do CES garante o acesso linguístico, tanto em Língua Brasileira de Sinais quanto em Língua Portuguesa, e à educação geral. Com aulas ministradas em Libras, as crianças surdas têm acesso aos conhecimentos do mundo, além de aprenderem o português escrito como segunda língua, o que é fundamental para a comunicação com a sociedade majoritariamente ouvinte”, acrescenta.
A iniciativa também envolve os responsáveis e estimula a participação de familiares ouvintes, para que possam compreender as reais necessidades do indivíduo surdo na otimização de suas potencialidades e no convívio do ambiente doméstico, orientando quanto a aspectos práticos da convivência e ao desenvolvimento do pequeno da melhor forma. Com isso, visa-se assegurar o direito de conviver e pertencer, levando em conta a pluralidade de experiências.
Vergamini também destaca que o CES busca garantir o direito à informação.
“Por meio de estímulos adequados, mostramos as crianças surdas para o mundo e o mundo para as crianças surdas, construindo o canal visual e utilizando seu idioma de comunicação, fundamentalmente visual e motor, para que a criança receba um conteúdo com base em sua vivência e língua”, enfatiza.
O direito à cultura, também previsto na Constituição (Artigo 215/1988), é assegurado pela instituição, com visitas a museus, centros culturais e teatros parceiros, onde os alunos têm acesso a atividades culturais com acessibilidade em Libras. Além disso, produções artísticas também são estimuladas em em sala de aula, com apresentações de teatro, dança, poesia e outras performances, explorando o potencial da comunidade surda e acolhendo cada pessoa na sua diferença. O projeto, junto a isso, disponibiliza aos alunos e familiares diversos materiais em Língua Brasileira de Sinais no seu canal no Youtube, a TV CES.
Por sua vez, o direito ao lazer também é garantido, com diversas atividades que oferecem aos alunos e suas famílias o repertório da cultura surda e ouvinte, de forma a buscar a garantia de um caminho para inclusão efetiva e compreensão do indivíduo como integrante da comunidade.
Além disso, o CES Rio Branco busca abrir portas para diversas etapas da trajetória escolar. Esse cuidado começa pelo Programa de Estimulação ao Desenvolvimento (PED) para crianças de zero a três anos e oferece a Educação Infantil e o Ensino Fundamental I. Há, também, a oportunidade dos estudantes ingressarem no Colégio Rio Branco com o acompanhamento de um intérprete de Libras nas salas de aula, do 6º ano do Ensino Fundamental à 3ª série do Ensino Médio, concluindo seu percurso na Educação Básica. Nessa transição, a bolsa que foi concedida no CES Rio Branco é mantida com a mesma porcentagem no colégio.