O projeto teve início como uma colaboração entre o Reino Unido e a cidade de Juiz de Fora em outubro de 2018, sob liderança da empresa britânica Green Fuels. Na ocasião, as partes acordaram em dar início a um estudo de viabilidade da implantação de uma Plataforma Sustentável de Reflorestamento e Biocombustíveis Renováveis para a Zona da Mata.
Com parecer positivo, a segunda fase da iniciativa começou a ser executada em outubro de 2019 quando o Embaixador britânico para o Brasil, Vijay Rangarajan, assinou um acordo pela continuidade do projeto. A próxima etapa consiste na introdução de uma planta demonstrativa para a produção de biocombustível, no estabelecimento de parcerias para a coleta municipal de óleo vegetal usado e na implantação de unidades técnicas expositivas de reflorestamento. A validação da iniciativa pode levar o projeto para outros 46 municípios da região e, consequentemente, ser replicado para beneficiar todo o estado de Minas Gerais e até mesmo o país, servindo de exemplo para toda a América Latina.
Abastecimento de frotas terrestres
Na Plataforma, o óleo coletado será transformado em biocombustível para abastecimento de frotas terrestres e futuramente para a aviação civil, por exemplo. Os planos incluem um sistema sustentável para o cultivo da macaúba, uma planta que produz óleo e é nativa da Zona da Mata e grande parte da América Latina, que será fonte de matéria prima renovável para a produção comercial de biocombustíveis. James Hygate, Fundador e CEO da Green Fuels, sobre seu planejamento: “em cinco anos, o projeto terá compensado mais de 2 milhões de toneladas de carbono, restaurado aproximadamente 75 mil hectares de terra e retirado 375 mil toneladas de óleo do meio ambiente ou da cadeia de alimentação humana”.
“A expectativa para os próximos cinco anos é que o negócio seja realmente sustentável e gere 400 empregos diretos e mais de mil empregos indiretos no Brasil”, disse Antônio Almas, Prefeito de Juiz de Fora. “Um modelo de economia circular para o setor de energia será introduzido em mais de 25 tipos de negócios no país”, complementou.
Vijay Rangarajan, Embaixador britânico para o Brasil, lembrou a liderança do Reino Unido em relação à transição energética. “O mundo hoje enfrenta um imenso desafio em relação às mudanças do clima que desconhece fronteiras e vai impactar a todos independentemente de riqueza, políticas, gênero, idade ou raça. O Reino Unido está comprometido com ações transformadoras como comprova, de modo específico, a parceria firmada em Juiz de Fora por meio do programa de energia do Fundo de Prosperidade do Governo Britânico, e, de modo geral, a seleção de Glasgow, na Escócia, como sede da COP 26”, disse o embaixador. “O Fundo de Prosperidade do Governo Britânico, que respalda a colaboração para o desenvolvimento da Plataforma Sustentável de Reflorestamento e Biocombustíveis Renováveis, foi criado para a multiplicação de iniciativas que visem um crescimento econômico inclusivo”, complementou.