A pesquisa Ipsos Global Advisor a respeito das visões globais sobre viagens aéreas e seu impacto ambiental, realizada para o Fórum Econômico Mundial, mostrou que 44% dos entrevistados se preocupam com a emissão de CO2 em viagens aéreas. Embora a preocupação seja alta, apenas 14% dos respondentes disseram que usariam um meio de transporte com menor impacto no meio ambiente mesmo que fosse menos conveniente e mais caro. Um número maior de pessoas – 29% dos entrevistados – viajaria de outra maneira se fosse tão conveniente quanto o avião ou não mais caro do que voar.
Brasileiros
O Brasil está abaixo da média global, com 34% dos entrevistados preocupados com a questão da emissão de CO2. De acordo com a pesquisa, 13% dos brasileiros abririam mão do avião para reduzir o impacto no meio ambiente, mesmo que fosse menos conveniente e mais caro, e 22% escolheriam outro meio de transporte se fosse tão conveniente quanto o avião ou não fosse mais caro do que voar.
Os dados ainda indicam que a preocupação com o tema está bastante distante do brasileiro, já que mais da metade dos entrevistados (51%) não têm certeza sobre o que fariam.
Meio ambiente
A questão ambiental parece ter mais peso para os mais novos. O índice dos que se preocupam com a emissão de CO2 das viagens aéreas é de 49% entre os menores de 35 anos, 44% dos entrevistados entre 35 e 49 anos e de 37% dos que têm entre 50 e 74 anos.
O estudo também mostrou que um em cada quatro entrevistados (26%) não escolheria o meio de transporte baseado na pegada de carbono.
“Falamos frequentemente de mudanças climáticas e da corresponsabilidade de muitos agentes: governo, indústria, sociedade etc., mas são poucas situações nas quais pensamos na aviação dentro desse tema. A maioria dos brasileiros não têm certeza do que faria a respeito da pegada de carbono da aviação e muitos podem ser os fatores, desde o desconhecimento à falta de opção, pois mobilidade é um tema de muita restrição ainda, com poucas alternativas”, afirma Rafael Lindemeyer, diretor de clientes na Ipsos.
Confiança
O público global está dividido em três grupos quase do mesmo tamanho quanto à confiança nas companhias aéreas em se comprometer e em ser hábil para reduzir o impacto ao meio ambiente: um terço diz confiar razoavelmente ou muito nessas capacidades das empresas, um terço confia pouco ou nada e um terço se mantém no meio. Essa confiança é mais comum entre os que voam com mais frequência (3 em cada 5).
“Para quem voa, com frequência principalmente, existe uma confiança de que as companhias aéreas têm a capacidade de tratar o tema, o que é positivo, dado que estamos em um momento de muita desconfiança em instituições. É uma oportunidade para que a indústria de aviação seja um agente ativo no papel da conscientização dos temas sobre meio ambiente e possa assumir alternativas de resolução”, diz Lindemeyer.
A pesquisa online foi realizada com 19 mil entrevistados em 27 países, incluindo o Brasil, entre 21 de junho e 5 de julho de 2019. A margem de erro para o Brasil é de 3,5 p.p.