O mercado de produtos sustentáveis em Higiene & Beleza (H&B) ganhou relevância no faturamento das empresas e está cada vez mais presente no dia a dia das famílias brasileiras, em um ritmo de crescimento que está longe de desacelerar. A conclusão é da Nielsen Brasil no estudo Green is the New Black, divulgado no início do mês.
Isso porque o conceito de sustentabilidade mudou nos últimos anos. O que antes girava em torno apenas da preocupação com o meio ambiente, hoje permeia várias esferas: desde embalagens sustentáveis, ingredientes naturais, e até teste em animais.
Mudança de hábito
No Brasil, ser sustentável sai do discurso do brasileiro e se torna cada vez mais um fator de decisão no momento de compra. O tema já está na lista das TOP 3 preocupações para mais de 32% da população. Os lares que declaram ter hábitos e atitudes sustentáveis já somam mais de 7 milhões no país e concentram 18,2% do faturamento de Higiene & Beleza.
“A indústria pode ter um papel ativo na conscientização e educação do seu consumidor. Esse mercado está crescendo, as empresas precisam estar atentas para decidirem se querem ser protagonistas ou seguidoras”, disse a líder da Indústria de Higiene & Beleza da Nielsen Brasil, Margareth Utimura.
Segundo o estudo, do total de lares sustentáveis no Brasil, 53,7% são compostos de 3 a 4 pessoas, 65,6% são mulheres e 3,8 milhões pertencem às classes econômicas A e B.
Na análise, a Nielsen apresenta ao mercado uma realidade, com o consumidor tendo características sustentáveis como definidoras da compra. Para isso, foram separadas por categorias: produtos que não são testados em animais (cruelty free); possuem ingredientes naturais e são veganos. Entraram na lista as seguintes categorias: desodorante, sabonete, shampoo, cremes para pele (rosto e corpo), pós-shampoo, bronzeador/protetor solar, maquiagem, fio dental, creme dental e preservativos.
Na pesquisa, feita com apoio do painel online da Ebit|Nielsen, o consumidor declarou que os produtos mais comprados nestes grupos são shampoo (29,9%), sabonete (24,1%) e pós-shampoo (22,5%).
De acordo com Green Is the New Black, o segmento de ingredientes naturais é o que registrou o maior ritmo de crescimento, e, além da embalagem, foi o critério mais reconhecido pelo consumidor como sendo “sustentável”.
O maior segmento é o de cruelty free, que representa 11% do mercado analisado de H&B, e tem taxa de crescimento 61% maior que produtos classificados como não sustentáveis. Já o grupo de produtos veganos, apesar de representar 3% do faturamento, tem aumentado as vendas no mesmo ritmo de cruelty free. Por fim, o grupo de ingredientes naturais é o que tem o maior ritmo de crescimento, com uma taxa de 124%.
Entre as categorias, a Nielsen verificou que 50% das linhas de maquiagem são cruelty free e que o crescimento foi de 6,5%. Com o uso de produtos naturais, temos pós-shampoos (25%), shampoos (15%) e sabonetes (10%)
Canal em destaque
A venda de produtos sustentáveis se dá principalmente em Perfumarias, que ganhou ainda mais importância em relação ao ano anterior. Esse é um canal utilizado pela maioria de mulheres entre 18 e 35 anos, que busca autocuidado e satisfação. Além de ser referência em sortimento, preços baixos e promoções, conta com muitos materiais de divulgação e promotores que dão apoio na decisão do consumidor, também aqui são encontrados os produtos mais profissionais.
Sustentabilidade online
A tendência do sustentável também chega com força ao e-commerce, principalmente na busca pelo chamados fabricantes.com, quando a oferta dos produtos só ocorre a partir dos próprios produtores. O Green is the New Black indica que 32,8% das compras de sustentáveis é online, deste total 50% são feitas diretamente em sites de fabricantes. As vendas em lojas físicas são de 67,2%, com destaque para as Perfumarias. A comodidade é apontada por 32,3% dos consumidores para a compra online, melhores preços para 31,4% e a variedade para 25,7%. “Antes existia o mito de que para comprar alguns produtos o consumidor precisava sentir a fragrância, sentir a textura, provar a cor do batom. Estamos vendo que isso está mudando rapidamente, pois o consumidor vai na loja física experimenta o produto e depois volta para o online onde o preço é melhor”, explica Utimura.
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