Os métodos de auditoria aplicados no contexto judicial envolvem a análise minuciosa de ações, provas e relatórios periciais, adotando uma abordagem técnica que parte diretamente das provas antes de construir os argumentos jurídicos. Essa estratégia representa uma inversão da lógica tradicional, na qual os processos costumavam iniciar pelos argumentos para, posteriormente, recorrer às evidências.
Esse modelo internacional de auditoria, já utilizado em outros países, tem demonstrado resultados ao aprimorar a qualidade das decisões judiciais e fortalecer a confiança no sistema judiciário. Estas práticas, fornecem um nível de resultado Triple A (AAA), praticamente sem precedentes no Judiciário brasileiro.
A utilização de métodos de auditoria no contexto judicial tem possibilitado a reversão de ações consideradas perdidas e o ressarcimento de prejuízos que seriam absorvidos por empresas, além de reduzir o tempo de tramitação dos processos e aumentar sua assertividade.
A crescente complexidade dos temas jurídicos no Brasil exige um acompanhamento mais especializado. Segundo o relatório “Justiça em Números 2023“, foram registrados mais de 31,5 milhões de novos processos em 2022, representando um aumento de 10% em relação ao ano anterior. Em outubro de 2023, o número de processos em tramitação no país já ultrapassava 84 milhões, evidenciando a sobrecarga do Judiciário.
Com essa crescente demanda, a adoção de práticas de auditoria internacional tem aprimorado o processo judicial, facilitando o cálculo de indenizações materiais complexas, como lucros cessantes, perdas de produtividade e retorno sobre investimentos (ROI). Essas inovações auxiliam na resolução de disputas prolongadas, por meio de perícias e análises técnicas mais detalhadas.
Um exemplo expressivo dessa mudança de abordagem ocorreu em 2020, quando a aplicação desses métodos resultou em alterações no entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre contratos de tecnologia. A adoção de práticas modernas de auditoria também possibilitou a anulação de sentenças e a celebração de acordos em ações que inicialmente apresentavam baixo valor financeiro, destacando o impacto dessas inovações no cenário jurídico brasileiro.
A modernização e o uso de métodos mais avançados são especialmente relevantes em um contexto jurídico cada vez mais digital e globalizado, no qual muitos peritos ainda enfrentam dificuldades em lidar com questões de alta complexidade. Nesse cenário, as práticas internacionais podem desempenhar um papel fundamental ao equilibrar a disputa entre grandes corporações, com vasto conhecimento em litígios, e clientes que, muitas vezes, enfrentam obstáculos devido à falta de acesso a esses recursos e métodos inovadores.
Para Sthefano Cruvinel, CEO da EvidJuri, este é apenas o começo de uma revolução no judiciário. “Ainda há 33 milhões de ações no Brasil que desconhecem a importância de realizar uma auditoria judicial adequada, muitas vezes utilizando métodos antiquados que aumentam os riscos financeiros e os prejuízos, além de deixar de ser ressarcidos em milhões de reais em prejuízos, todos estes por puro desconhecimento das possibilidades”.
A colaboração entre empresas privadas, governo e Judiciário na implementação de práticas modernas de auditoria judicial pode ser uma solução eficaz para aumentar a confiabilidade no sistema de justiça brasileiro, que enfrenta descrédito por parte da população.
“Inovações nesse campo estão ajudando a moldar o futuro do Judiciário, fortalecendo a confiança no sistema e garantindo que as provas sejam tratadas com maior rigor. A adoção de padrões globais já testados, combinada com expertise técnica, tem contribuído para consolidar uma cultura probatória mais sólida, o que reduz o volume de processos e acelera a resolução de ações. Como resultado, o sistema judiciário se torna mais eficiente e confiável”, finaliza Sthefano.