Agronegócio abre portas para os representantes comerciais

Agronegócio abre portas para os representantes comerciais

Não é novidade que o Paraná é um importante estado agrícola brasileiro. Para se ter uma ideia, em 2021, ele foi o segundo maior do país em faturamento bruto agropecuário, o terceiro em produção de grãos e quarto em exportação do agronegócio, de acordo com o Diagnóstico Agropecuário Paranaense Safra 2020/2021, relatório produzido pela Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento.

 

O que talvez precise ser evidenciado é que a pujança do setor, principalmente em regiões como o Oeste e o Noroeste Paranaenses, cria oportunidades para os profissionais da representação comercial. “São dois os momentos de intermediação em que os representantes podem atuar. O primeiro é quando os produtores são os clientes e buscam fornecedores de insumos agrícolas. O segundo é quando fazem a ponte entre o agro e seus clientes”, explica o presidente do Conselho Regional de Representantes Comerciais do Paraná (Core-PR), Paulo Nauiack.

 

A produção agrícola no Oeste e Noroeste

 

O Oeste Paranaense engloba os núcleos regionais de Cascavel e Toledo, que contam com 28 e 20 municípios, respectivamente. Na região de Cascavel, os principais produtos são as aves de corte, a soja, o suíno de corte, o milho e o leite bovino. Na de Toledo, por sua vez, além desses destaca-se o peixe.

 

“Nossa região é muito diversificada. Somos não só produtores de grãos, mas também grandes produtores de proteína animal. O desenvolvimento dessas atividades se deve ao clima, ao esforço dos produtores e ao cooperativismo, que fortalece o elo da cadeia produtiva”, afirma o técnico agrícola do Núcleo Regional de Toledo Paulo Aparecido Silva.

 

O Noroeste, por sua vez, é composto por municípios dos núcleos regionais de Umuarama, Paranavaí, Cianorte e Maringá. Só na região de Umuarama são 23 municípios. Ali também se destacam a pecuária de corte (principalmente bovinos e aves) e leite e produção de soja e milho, mas outros produtos importantes são a cana-de-açúcar e a mandioca.

 

São essas características que atraem para a região empresas que visam atender os produtores. É o caso da Agro Bayer, braço voltado ao agronegócio da empresa química e farmacêutica alemã. “A Bayer está no Brasil há 126 anos, estabelecidos em todos os estados para levar soluções inovadoras e regionalizadas aos agricultores. A região oeste do Paraná é reconhecida como um modelo de agricultura conservacionista e de fertilidade do solo. Consequentemente, também é um exemplo quando o assunto é alta produtividade de grãos”, diz diretor de negócios da Bayer para a região Centro-Sul, Alexandre Barioni.

 

A cadeia e as oportunidades

 

Ambas as regiões contam com parte da cadeia para processamento e venda dos produtos, principalmente porque a presença das cooperativas é forte. Embora isso represente oportunidades de atuação para representantes comerciais, o maior espaço para esses profissionais está na outra ponta da cadeia: na ampliação da venda de insumos, principalmente os tecnológicos.

 

“A região está em franco desenvolvimento e buscando utilizar tecnologias disponíveis para ampliar a rentabilidade por meio da integração de sistemas de produção. Além disso, diante do grande rebanho de bovinos e extensas áreas de pastagens próximos a regiões produtoras de grãos, há uma imensa gama de possibilidades de investimentos comerciais (produtos e serviços) necessários ao desenvolvimento econômico regional”, enumera o engenheiro agrônomo do Núcleo Regional de Umuarama Antonio Carlos Favaro.

 

Do mesmo núcleo, o economista Atico Luiz Ferreira aponta que é preciso estar atento a algumas culturas específicas e suas cadeias, como a da mandioca. “O arranque da mandioca até hoje é manual, mas há uma falta de mão-de-obra, porque os jovens não querem mais um trabalho tão pesado. Então, existem condições de negócios para máquinas e um espaço grande ainda para novos investimentos relacionados ao uso da fécula de mandioca, que é insumo para uma variedade de indústrias”, diz.

 

Sobre a importância trabalho a ser desenvolvido por eles neste ponto da cadeia, Barioni afirma: “Os representantes de vendas são profissionais indispensáveis para auxiliar os produtores na fase de tomada de decisão e são ainda mais relevantes em uma região com tamanha vocação agrícola, uma vez que produtores buscam constantemente soluções mais produtivas, inovadoras e personalizadas para atender suas necessidades no campo”, diz Barioni.