Lesões de joelho que são relacionadas ao futebol

Lesões de joelho que são relacionadas ao futebol

O joelho é composto por cartilagem, ligamentos, fêmur, tíbia e patela, que são responsáveis pela função da articulação e do movimento. Por ser a maior articulação do corpo humano é constantemente submetida a grandes esforços e impactos, quando há algo de errado em alguma das partes, surgem dores – as quais podem ser classificadas como agudas ou crônicas.

A prática esportiva pode estar relacionada a um grande número de lesões e essas podem ser divididas em: musculares, tendinosas, de fibrocartilagem, de cartilagem, ligamentares e ósseas. As lesões musculares são as mais comuns, e segundo a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), representam de 10 a 55% das lesões no esporte. Podem ser parciais, quando atingem parte do músculo, ou totais, quando afetam o músculo na totalidade e causam deformação e perda do movimento.

O médico ortopedista Lucas Vieira, especialista em joelho e traumatologia do esporte do Hospital VITA, explica que as lesões musculares podem acontecer de forma direta, que são as contusões e lacerações dos músculos, mais comuns em esportes de contato como judô, futebol e muay thai, ou de forma indireta, que são os estiramentos musculares, situação em que ocorre um alongamento exacerbado das fibras musculares. A lesão muscular por estiramentos da região posterior da coxa é a lesão mais comum no futebol.

Algumas atividades esportivas conquistaram adeptos no Brasil, como a corrida de rua, crossfitjiu-jitsu e o beach tennis que é a moda do momento, mas o futebol ainda é o mais comum e continua sendo a “paixão nacional”.

“Das situações que colocam o joelho em risco, uma delas é o movimento de mudança de direção, do giro no futebol, é aquele em que o pé fica fixo no solo e o joelho gira, isso pode ocasionar traumas torcionais e lesão de ligamentos e meniscos. São complicações que podem ocorrer, não só no futebol, mas também em esportes que compartilham esses movimentos como o handebol, por exemplo”, destaca o Dr. Lucas.

Segundo o especialista, lesões tendinosas, conhecidas como tendinites, são comuns em esportes como crossfit, futebol, corrida e tênis; as lesões de cartilagem ou lesões condrais, afetam mais frequentemente os membros inferiores e acometem principalmente os joelhos. Atletas do vôlei e do basquete tendem a sofrer mais com esse tipo de lesão pelo impacto.

Já as lesões ligamentares ou entorse, que são comuns entre os atletas, ocorrem quando há um rompimento dos ligamentos, sendo mais frequente no tornozelo e joelho, e o principal sintoma é a instabilidade, mas pode ocorrer também inchaço e dor.

O ortopedista explica que os sintomas das lesões após um trauma variam conforme a intensidade do trauma. Inchaço e dor são característicos do trauma e a lesão ligamentar provoca sensação de instabilidade, o joelho fica “frouxo”. “Quando rompido, o ligamento não se recupera, nesse caso é necessário que seja realizada uma cirurgia para restabelecer o joelho e a pessoa possa voltar a praticar atividades físicas”, frisa o Dr. Lucas.

Incidência

O médico conta que estatisticamente a lesão ligamentar do joelho é mais frequente em pacientes do sexo masculino, porque praticam mais esportes e se expõem mais às lesões, mas se olhar de uma forma proporcional, as mulheres têm uma incidência quatro vezes maior de lesão do ligamento cruzado anterior do que os homens. “Existem várias explicações para isso, dentre elas a questão hormonal e o volume de massa muscular que a mulher tem na coxa, que acaba protegendo menos do que no homem”, enfatiza o especialista.

O traumatologista do esporte alerta que o número de casos de lesões de joelho em crianças tem aumentado. Segundo ele, a atividade física e a prática de esportes são fundamentais para o desenvolvimento delas, mas devem ser realizadas com cuidado e acompanhamento profissional.

Dicas para prevenir lesões de joelho:

– Antes de iniciar a prática esportiva, deve-se procurar um médico para realizar uma avaliação clínica: é importante consultar um médico, principalmente pessoas acima de 40 anos, para fazer exames de sangue e eletrocardiograma para avaliar se a pessoa está apta às atividades;

– Usar tênis, roupas e equipamentos corretos para a atividade: corrida ou esportes que utilizam equipamentos, como ciclismo, escalada, muay thai, dentre outros, necessitam de equipamentos adequados;

– Realizar um pré-condicionamento físico: é necessário condicionar o corpo à atividade física escolhida. Praticar exercícios aeróbicos e musculação para fortalecer o corpo. Com isso, além de melhorar o condicionamento, é possível evitar lesões;

– Acompanhamento profissional: além de avaliação médica, um bom rendimento no esporte depende da ajuda de um educador físico (treinador ou personal) para orientar os movimentos, intensidade e frequência da prática esportiva;

– Alongamento e aquecimento antes dos treinos: alongar e aquecer antes de treinar é essencial para “despertar” o corpo e preparar para os impactos da atividade física.

– Além de utilizar a técnica correta na hora de praticar o esporte, o ortopedista destaca a importância e necessidade de a pessoa ter uma boa alimentação, beber bastante água e dormir bem para prevenir lesões no esporte.