Os impactos da mudança climática se intensificaram em 2023, e desastres como inundações extremas, calor e seca afetaram milhões de pessoas. A OMM (Organização Meteorológica Mundial) alerta que esses fenômenos, furacões, terremotos, inundações, deslizamentos e tsunamis, mostram claramente a necessidade de se fazer muito mais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, além de fortalecer a adaptação às mudanças climáticas, por meio do acesso universal a alertas precoces.
As chuvas intensas que atingiram municípios da Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e diversos outros estados, nos últimos anos, confirmam um marco temporal definido, desde o fim dos anos 80, pelos relatórios do IPCC (sigla em inglês para Painel Intergovernamental de Mudança do Clima da ONU).
“No último período de Carnaval, moradores do Litoral Norte de São Paulo enfrentaram chuvas fortes e intensas que infelizmente resultaram em mortes, desabrigados, desaparecidos e prejuízos financeiros milionários”, salienta Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News & Negócios (www.revistaecotour.news).
Quanto mais precária a região, maiores são os estragos, como aconteceu com o terremoto no Haiti em 2010, que matou mais de 316 mil pessoas, o tsunami no Oceano Índico, que matou 230 mil pessoas em 2004, e o ciclone que matou 140 mil pessoas em Mianmar em 2008.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), diversas cidades brasileiras estão em estado de alerta em decorrência das chuvas. As regiões que supostamente serão atingidas pelas tempestades nos próximos dias fazem parte do Norte, do Centro-Oeste e, principalmente, do Sudeste.
Previsões indicam que, ao longo de 2023, o La Niña se dissipará e dará lugar ao El Niño, ambos partes de um mesmo fenômeno atmosférico-oceânico, mudando drasticamente o clima em todo o Brasil. Tal fenômeno é caracterizado pela oscilação da temperatura da superfície do mar no oceano Pacífico Equatorial. Quando a região está mais fria caracteriza-se uma La Niña; quando está mais quente, há um El Niño.
Segundo o Dr. Luiz Hargreaves, especialista em Medicina de Desastre há 35 anos, com atuação no Brasil e exterior e coordenador de cursos da UnyleyaMED, a necessidade de preparação e resposta aos desastres e emergências complexas são bastante antigas e caminham lado a lado com a história da humanidade. Principalmente na área da saúde, a Medicina de Desastre é uma área de estudos organizada e estruturada, relativamente recente, e que se faz necessária há bastante tempo.
“A maioria das empresas socialmente conscientes, sustentáveis e corretamente gerenciadas já adotam boas práticas de ESG, Environmental (Ambiente), Social (Social) e Governance (Governança Corporativa), e visam à continuidade de seus negócios. Isso inclui planos de resposta a emergências, como é o caso dos imprevistos ocasionados pelas chuvas”, relata Vininha F. Carvalho.
O especialista em gestão de riscos, Eduardo Sampaio Martins, pontua que os seguros contra fenômenos da natureza podem ser onerosos e, muitas vezes, o empresário tem uma visão distorcida em relação ao preço e às garantias. É preciso pensar a longo prazo, os custos mensais de uma cobertura sob medida são bem menores que o prejuízo gerado pela perda do patrimônio. O seguro tem que ser visto como um investimento, não um custo.
“Com a probabilidade do clima ficar cada vez mais instável, as áreas de risco só aumentam. Isso exige planos de adaptação. Seja por meio de novas políticas públicas ou por intermédio da própria sociedade. A humanidade precisa reconhecer a necessidade de adotar medidas estratégicas para se proteger dos riscos eminentes dos fenômenos naturais e, também, mudar seu padrão de comportamento com o meio ambiente. Agindo assim, proporcionará uma verdadeira mudança nas perspectivas climáticas das próximas décadas”, finaliza Vininha F. Carvalho.