Iniciativas que apoiam afroempreendedoras se fortalecem pelo país

Iniciativas que apoiam afroempreendedoras se fortalecem pelo país

O racismo e o preconceito no mercado de trabalho, infelizmente, têm influência direta na resolução de pessoas negras no momento de decidir empreender. Essa foi a resposta de 92% dos participantes pretos e pardos de uma pesquisa do Google em parceria com a Box 1824, realizada entre julho e outubro de 2022.  Já o levantamento Afroempreendedorismo Brasil, promovido pelo Movimento Black Money (MBM), de junho de 2021, mostra que o afroempreendedorismo é, em sua maioria, feminino, solitário e fortemente ligado à indústria de cuidados. Dados que reforçam a necessidade de se promover iniciativas que capacitem mulheres pretas e pardas a se dedicar à criação e à manutenção de um negócio próprio.
Como o projeto Obinrin (que significa mulher, na língua Yorubá), uma parceria entre o UnitedHealth Group Brasil e a Reafro (Rede Brasil Afroempreendedor) para capacitação em áreas como planejamento de negócios, ESG para pequenos negócios, gestão financeira e marketing digital, entre outras, que se iniciou no dia 27 de março. A iniciativa deu um passo além e também irá oferecer um trabalho de saúde mental para as afroempreendedoras participantes, através de outra ação de responsabilidade social apoiada pelo UnitedHealth Group Brasil, o Programa Aya, desenvolvido pela AfroSaúde, empresa que trabalha soluções em saúde com objetivos sociais e organizacionais, com atenção especial à população negra.
  

O foco do projeto Obinrin será em coletivos de mulheres negras. Foram selecionados 11, distribuídos por oito estados brasileiros: Nosso Ilé (Alagoas), Zwanga Afroperiferia Fashion (Amapá), Mulheres Negras Empreendedoras (Maranhão), Elzas (Pará), Mulheres Reafro (Paraná), Mulheres Negras da Reafro (Pernambuco), Aldeia Marakanã (Rio de Janeiro), Cabeça de Negra (Rio de Janeiro), Empreenda Pretas (São Paulo), Espaço das Pretas (São Paulo) e Meninas Mahin (São Paulo).
Dezessete líderes desses coletivos, indicadas pela Reafro, terão acesso a terapia online individual e a rodas de conversa sobre saúde mental e empreendedorismo feminino oferecidas pela AfroSaúde. Entre elas, a estilista Rejane Santos, mãe de três filhos, que lidera o Zwanga Afroperiferia Fashion. Esse projeto oferece cursos de formação em moda, artesanato e estética afro para mulheres negras costureiras, artesãs, trancistas e turbanistas, entre outras, que vivem na periferia de Macapá (AP). E também apoia mulheres que se encontram em regime semiaberto com cursos e oferta de trabalhos que possam contribuir para a sua ressocialização.
“Além de todos os desafios que já enfrentavam, as participantes dos coletivos de mulheres negras foram muito afetadas em sua saúde mental pela pandemia e pelas suas consequências. Ter o Zwanga Afroperiferia Fashion entre os que serão apoiados nessa parceria da Reafro, da AfroSaúde e do UnitedHealth Group Brasil nos enche de orgulho e nos anima bastante. Tenho certeza que será muito produtivo para o nosso trabalho e dos outros coletivos”, afirma Rejane Santos.
Em paralelo ao apoio às afroempreendedoras do projeto Obinrin, a AfroSaúde também realizará um trabalho de saúde mental, através do Programa Aya, com dois outros grupos de pessoas: 25 jovens entre 15 e 20 anos do Instituto Entre o Céu e a Favela, no Morro da Providência (RJ), e 16 pessoas com deficiência de diversas cidades do Brasil, indicadas pela organização Vidas Negras com Deficiência Importam (VNDI), movimento negro de pessoas com deficiência em busca de uma sociedade antirracista e anticapacitista.
“Iniciamos o trabalho com a Reafro em 2020, com o apoio ao projeto Afronegócios Virando a Onda, e percebemos que os coletivos agregam muitas empreendedoras que possuem o desejo de cada vez mais profissionalizar as suas atividades. Por outro lado, nossa empresa tem uma preocupação genuína em oferecer o cuidado certo para a saúde mental das pessoas. Poder trazer outra parceira nossa, como a AfroSaúde, para essa iniciativa, além do trabalho que ela fará com jovens em situação de vulnerabilidade e com pessoas com deficiência, nos deixa muito satisfeitos”, afirma Renato Casarotti, vice-presidente de Relações Institucionais do UnitedHealth Group Brasil, a companhia que controla as operadoras Amil e Amil Dental e a rede médico-hospitalar Americas.