Brasil ocupa o segundo lugar no ranking de incidência de burnout

Brasil ocupa o segundo lugar no ranking de incidência de burnout

O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking de incidência de burnout no ambiente de trabalho segundo um levantamento da International Stress Management Association (Isma-BR). Esse termo é usado para o esgotamento em razão do trabalho, que leva à exaustão física e emocional do colaborador, e acaba impedindo a sua produtividade.

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), quadros de depressão, ansiedade e burnout fazem parte das doenças consideradas transtornos mentais e acabam afastando profissionais ao redor do mundo. Problemas de saúde mental foram a segunda maior causa de afastamento de colaboradores, segundo uma pesquisa da empresa de consultoria B2P, realizada entre 2020 e 2021, sendo maior que o número de licenças por conta da pandemia do Covid-19.

Um estudo realizado pela Universidade da Califórnia constatou que funcionários mais felizes produzem 37% mais e são três vezes mais criativos do que aqueles que enfrentam questões de saúde mental. Outra pesquisa, feita pela Universidade de Warwick, no Reino Unido, mostrou que a felicidade dos funcionários fez com que fossem 12% mais produtivos, mostrando que a saúde mental no trabalho está diretamente conectada com a produtividade organizacional.

Cresce no ambiente corporativo o termo Chief Happiness Officer (CHO), em tradução livre, “Chefe da Felicidade no Trabalho”. Renata Rivetti, da empresa de consultoria corporativa Reconnect | Happiness At Work, diz que “é uma função que pode ser exercida e assumida por uma ou mais pessoas na empresa como: um CEO, Diretor, Gerente, Coordenador de equipes”.

A especialista afirma que, “ainda há poucos dados específicos sobre esse tema no Brasil, mas já existe uma crescente de programas de bem-estar e compensações para as equipes nas empresas”.

A Organização Mundial de Saúde, junto da Organização Mundial do Trabalho divulgou uma notícia, onde comunicaram algumas diretrizes para auxiliar no processo de manutenção da saúde mental no ambiente de trabalho, desde medidas para incentivar treinamentos de gestão, até incentivar a volta para o mercado de trabalho de profissionais que tenham passado por algum tipo de questão de saúde mental.

Segundo uma pesquisa realizada pela Lexly, empresa de tecnologia que oferece soluções jurídicas no Brasil desde 2020, problemas jurídicos são um dos principais fatores que afetam a saúde mental no ambiente de trabalho, sendo necessário um benefício de apoio jurídico para os colaboradores, para tentar reverter esse quadro dentro das empresas.

Segundo Michel Teixeira, advogado na Lexly, os Recursos Humanos podem se adaptar com a nova realidade do aumento dos problemas de saúde mental dentro das empresas, “é importante que a empresa tenha uma boa política organizacional que reflita e aplique os direitos trabalhistas sempre com um olhar humano, tendo uma boa gestão e aplicando programas internos motivacionais”.

Ele afirma que, “o colaborador quando está em um ambiente de respeito, educação, clareza, comunicação e aprendizado, produz e consegue manter aquele ambiente adequadamente estável. E ao proporcionar essa estabilidade, possíveis consequências jurídicas como processos por não respeitar aos intervalos intrajornada ou até uma licença por burnout podem ser evitados”.

Quando se fala no ambiente pessoal do colaborador, a saúde mental estará voltada principalmente a problemas cotidianos. Michel complementa, “questões como cobranças indevidas, cartão clonado ou um parente que precisa fazer consultas e exames. Neste ponto, a empresa consegue dar suporte ao colaborador através de benefícios como o tradicional convênio e o indispensável suporte jurídico, que vêm se tornando comum em grandes empresas dentro dos novos modelos de pacotes de benefícios”.